Elias Lopes Rodrigues
N. Cavernães, Viseu 22/11/1896, filho de António Lopes Rodrigues e de D. Leonarda de Jesus
F. Lisboa (S. João de Deus) 29/1/1967
Casou em Lisboa (S. Sebastião) a 12/8/1922 com D. Helena Sofia Rodrigues Belard da Fonseca (1897-1982), em segundas núpcias desta, filha de João Lúcio Belard da Fonseca (1866-1906) e de D. Filomena Cândida Rodrigues da Silva (1874-?), de quem teve:
- Elias Belard da Fonseca Rodrigues (n. 1923)
- D. Violeta Belard da Fonseca Rodrigues (1924-1996)
- Levi Belard da Fonseca Rodrigues (1926-2007)
- D. Margarida Belard da Fonseca Rodrigues (n. 1928)
- António Belard da Fonseca Rodrigues (1930-2003)
Elias Lopes Rodrigues foi para São Tomé em 1907, com 11 anos de idade, a bordo do paquete "África", na mesma viagem em que seguia o Príncipe Real D. Luís Filipe na sua celebrada viagem ao Ultramar. Iniciou a vida como praticante no estabelecimento comercial de um conterrâneo, e cedo se instalou por conta própria, com importantes representações comerciais, incluindo a Renault. Voltou pela primeira vez a Portugal em 1923, com 27 anos, e já então explorava roças por aluguer, a que mais tarde juntou outras adquiridas, como a Vila Mendes, Laranjeiras e Praia da Conceição, em São Tomé, e a Praia de Évora no Príncipe.
Montou na roça Laranjeiras a única fábrica de gelo da ilha, que abastecia a cidade e a navegação, e também explorou, além do cacau, uma fábrica de aguardente e outra de óleo de palma.
Em determinada altura, e de acordo com o governador de Fernando Pó, estabeleceu uma ligação marítima entre as duas ilhas.
Tornou-se proprietário de largos tratos de terreno e imóveis na cidade, entre os quais o edifício sede do Banco Nacional Ultramarino, que este tomou de aluguer e depois comprou.
Era comendador da Ordem do Império, venera que lhe foi colocada pessoalmente pelo Presidente da República, Marechal Óscar de Fragoso Carmona, na visita presidencial a São Tomé em 1938, na sequência da doação que Elias Lopes Rodrigues havia feito dos terrenos para a construção do aeroporto de São Tomé, implantado em parte da roça Diogo Nunes.
Conta-se que, por altura desta visita a São Tomé do Marechal Carmona [ou será que esta história se passou com a visita de Craveiro Lopes em 1954?], Elias Lopes Rodrigues terá organizado pessoalmente o apoio popular e as manifestações de regozijo aquando da chegada do Presidente, distribuindo abundantes gratificações entre a população. Daí que, quando o Marechal Carmona acenava à população, entre os gritos de "Viva o Senhor Presidente!" se ouviam também alguns "Viva o Senhor Elias!"... Carmona, que era um pouco surdo, terá então comentado: "_Ó Sr. Elias, parece-me que ouço gritar o seu nome..." Ao que Elias Lopes Rodrigues retorquiu: "_Não, não, Sr. Presidente, os vivas são todos para si!..."